Estava um dia lindo na cidade de Vilalegre. As pessoas passeavam, os pássaros cantavam, os meninos jogavam à bola e as meninas à macaca.
Vilalegre fora sempre uma cidade muito feliz e todos os cidadãos simpatizavam uns com os outros, quer dizer, quase todos! Na cidade havia uma menina que não falava com ninguém e nunca lhe tinham ouvido uma palavra. Também nunca ninguém conversara com ela, porque o seu rosto manchado de terra, o seu cabelo preto muito sujo e os seus invulgares olhos vermelhos amedrontavam as pessoas.
No dia seguinte, já os habitantes de Vilalegre passeavam na rua, quando ela se levanta muito assustada do seu banco de jardim onde costumava dormir e diz com uma voz rouca e cansada:
– O céu…o céu vai desaparecer, desaparecer diante dos nossos olhos!
Todos ficaram muito espantados, não por causa do que ela tinha dito, mas sim por a terem ouvido falar, e permaneceram calados durante um momento, até que um homem da janela de um prédio gritou:
– Isso é uma grande palermice. É impossível o céu desaparecer, volta mas é à tua vida de vagabunda.
E toda a gente concordou.
– Vocês não me querem ouvir não ouçam, mas se de repente o céu desaparecer, já estão avisados.
Um turista que estava ali a passar ouviu a gritaria e correu para o seu carro, tirou o telemóvel e telefonou para a Polícia. A Polícia telefonou para a NASA. A NASA decidiu investigar se o céu estava realmente a desaparecer e descobriram que não havia nada a fazer. Esta informação passou por todas as televisões, jornais e até na rádio. As pessoas de Vilalegre, quando ouviram isto, entraram em pânico, correndo e gritando de tal maneira que se podia ouvir do outro lado do mundo. Até que ELA teve uma ideia:
– Não entrem em pânico! (apesar de já terem entrado) A única maneira de sobrevivermos é unirmo-nos e começar a construir uma cúpula que nos proteja dos raios solares e túneis para podermos ir para todos os lados.
O homem do prédio olhou para ELA desconfiado e adiantou:
– Vou dar-te o benefício da dúvida, pois perdemos o céu mas vemos o universo.
Vilalegre começou a construir as cúpulas e os túneis, formando-se um novo mundo dentro do planeta, e teve que aprender a viver de modo diferente. Era tudo muito estranho, mas foi a única maneira de os seus habitantes poderem sobreviver. Dali para a frente, todos se tornaram mais unidos e amigos de quem os avisara…ELA, apesar das saudades do verde dos campos e do azul do mar e do céu.
Trabalho dos alunos do 8.ºB (ano letivo 2010-2011), da Escola Básica D.Pedro IV-Queluz, com a Prof.ª Marina Cunha
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